segunda-feira, 28 de maio de 2007

Matisse


Henri-Émile-Benoît Matisse foi um pintor, desenhista e escultor francês do Fauvismo, um movimento artístico nascido em Paris por volta de 1905. Nasceu em Le Cateau-Cambrésis, na Nord-Pas-de-Calais, França em 31 de dezembro de 1869 e morreu em Nice, França, em 3 de novembro de 1954.


Matisse, após um início de carreira como escriturário, descobriu a felicidade que lhe proporcionava a prática da pintura durante uma convalescência na qual lhe foi oferecida uma caixa de tintas (ele tinha cerca de vinte anos de idade). Depois de se restabelescer, inscreveu-se num curso de desenho na escola Maurice-Quentin Delatour e começou a participar no estúdio do mestre Duconseil. A partir de 1890, depois de uma nova convalescência decorrente de uma intervenção de apendicite, Matisse abandonou o Direito para se dedicar à sua vocação artística, e, em 1891, estabeleceu-se em Paris, onde, depois de ser admitido na escola des Beaux-Arts em 1895, passou a frequentar o ateliêr de Gustave Moreau. Aí encontrou Georges Rouault, Albert Marquet e teve a oportunidade de visitar as exposições de Corot e de Cézanne.

Pintura rupestre


Pintura rupestre fotografada no Paque Nacional Serra da Capivara em uma visita feita do artista plástico Donald Edward a cidade de São Raimundo Nonato - PI

Museu do Homem Americano - PI


Visita feita ao museu do homem americano, situado no sul do Piauí (Parque Nacional da Serra da Capivara)

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Pastel seco

Esse guia é sobre a técnica de pintura a giz pastel seco macio, suas características principais, seus materiais constituintes, os melhores suportes, sua durabilidade como obra de arte, seu valor, sua técnica de pintura, sua origem histórica, seu processo de fabricação e seus principais artistas.

A Técnica: O giz pastel é uma elegante maneira de "pintar a seco", como a chamava Leonardo da Vinci. É uma técnica que emprega pequenos bastões de pigmentos secos misturados com um agente aglutinante, geralmente "goma adragante". Pastel é pigmento puro, o mesmo pigmento usado para se fazer todas as outras técnicas de pintura artística, como óleo, aquarela e acrílica.

Composição: Por sua composição simples, o giz pastel oferece ao artista a pureza total das cores, uma vez que o pigmento é aplicado em seu estado natural, as pinturas a pastel são muito mais intensas, estáveis e duráveis, quando comparadas com todas as outras técnicas existentes. Por não possuírem nenhum agente líquido como os presentes em todas as outras (óleos, resinas e vernizes), não sofrem de todos os seus problemas, como alteração e escurecimento das cores após secagem, amarelamento das resinas e vernizes, rachaduras ou empolamentos com o tempo.

Luminosidade: Pinturas a pastel, são feitas com um veículo-aglutinante tão mínimo, sutil e inerte que faz com que essa técnica tenha a mais alta concentração de pigmentos, saturação de tons e estabilidade das cores ao longo prazo entre todas as outras. As pinturas a pastel refletem a luminosidade como um prisma, sem escurecer a refração da luz, permitindo cores extremamente saturadas e luminosas. Nenhuma outra técnica de pintura possui esse mesmo poder de cor.

Suporte: O papel é o mais indicado, que deve oferecer condições de ?pega? ou de aderência aos pigmentos em pó e ele deve ter uma textura aveludada ou finamente áspera para que haja uma fixação apropriada. Os papéis do tipo Arches de grande gramatura são os mais adequados. Podem também ser usados papéis coloridos na massa, do tipo Ingres, Miteintes, Tizziano, Carmem ou similares.

Durabilidade: Existem trabalhos em pastel do século 16 que exibem até hoje o mesmo frescor como no dia em que foram pintados, há mais de 500 anos! Uma marca de giz pastel de alta qualidade gera uma obra permanente e de longevidade indeterminada quando combinada com um papel durável e adequadamente montada e emoldurada. Devido à qualidade dos materiais e pigmentos empregados, as cores são altamente resistentes ao desbotamento, sendo classificadas quanto ao seu grau de fugitividade (ligthtfastness) segundo a ASTM (American Society of Testing and Materials) como categoria "1" - Excelente - para pigmentos sem nenhuma tendência fugitiva, ou seja, sua cor não se altera quando exposto à luz.

A Técnica de Pintura: As tintas são aplicadas diretamente com os bastões e a mistura dos tons é naturalmente obtida esfregando-se os próprios dedos ou um esfuminho sobre a pintura. A característica do bastão de forma cilíndrica favorece o uso com rotações livres, o desenho de finas linhas com as arestas das bordas, e o preenchimento de amplas áreas com o bastão deitado lateralmente. Os bastões podem ser quebrados para se produzir arestas pontiagudas para os detalhes nítidos e precisos. Erros podem ser consertados com aplicações de uma borracha de vinil e podem ser quase completamente removidos. Brilhos e Clareamentos podem ser obtidos com toques leves de borracha.

Pintura & Desenho: Se o suporte é completamente coberto com o pastel, o trabalho é considerado uma pintura a pastel; um trabalho onde boa parte do suporte é deixado exposto é chamado de esboço a pastel ou desenho.

Técnica Mista: Trabalham bem como técnica única ou complementar de outras. O Pastel pode ser combinado com a tinta aquarela, guache, acrílica, carvão ou lápis de grafite numa pintura de técnicas múltiplas combinadas para se obter efeitos diferenciados.

Nome: O termo ?Pastel?, nesse caso, não se refere a ?cores pálidas? como é comumente usado nos meios de moda e decoração, e sim à consistência de sua matéria-prima durante a sua fabricação. O nome ?Pastel? vem do italiano ?Pasta?, que quer dizer ?Massa?.

Fabricação: O pó dos pigmentos puros é misturado, e são mantidos unidos, com uma pequena quantidade de goma diluída em água, formando uma massa (pasta) de consistência plástica que então é enrolada ou estrudada na forma de bastões. Após a evaporação da água, eles ficam secos e rígidos, retendo a forma, mantendo os pigmentos unidos, com uma consistência similar ao giz, só que mais suaves e agradáveis na aplicação, por possuírem um teor de talco muito inferior.

Qualidades: O pastel é uma técnica maravilhosa de pintura, extremamente direta e íntima, pois dispensa a necessidade de qualquer outro instrumento intermediário (como pincéis ou espátulas), sendo utilizadas apenas as mãos e os dedos diretamente sobre a pintura, o que confere um caráter de interação do artista com sua pintura inigualável. Ele possui uma textura maravilhosa ao tato e um odor muito aromático.

Estilos: Pastéis são ideais para criar pinturas intuitivas com movimentos largos, corajosos e firmes. É uma técnica muito apreciada para a pintura de paisagens naturais e retratos de pessoas por suas características de fusão das cores de forma extremamente sutil e em gradientes suaves e diluídos, muito adequados na representação de peles, céus, nuvens, terrenos, vegetações, tecidos e similares, fazendo dela uma opção muito interessante para composições expressivas. É também muito atraente para a pintura de grandes painéis, pois ao observá-los de certa distância a pintura e as cores se fundem de modo tão natural que o efeito é extraordinário.

Propriedades: O pastel produz um tipo de pintura delicada e suave, própria do envolvimento dos pigmentos, uns com os outros, produzindo um esfumado agradável e aveludado, de qualidades ópticas delicadas, com uma intensidade incomum, não rivalizada por nenhuma outra técnica, com cores vibrantes e luminosas. Ele cria uma rica cor opaca que pode ser facilmente misturada (fundida) e aplicada em camadas. É muito suave e fácil de ser aplicado.

Cores: A infinita variedade de cores no pastel, vai do suave e sutil ao forte e brilhante. O pastel possui tantos matizes que são conhecidas hoje mais de 1600 tonalidades.

Histórico: A técnica do pastel foi mencionada pela primeira vez por Leonardo da Vinci em 1495. Sua invenção é atribuída ao pintor alemão Johann Thiele, mas Rosalba Carriera (1675-1750), uma artista veneziana, foi a primeira a fazer uso realmente do giz pastel como material de pintura e não apenas para desenhar esboços.

Artistas: É a técnica escolhida por grandes Mestres da Pintura como: Degas, Renoir, Manet, Delacroix e Toulouse-Lautrec, para citar apenas os nomes mais familiares, e também por uma enorme quantidade de outros renomados artistas em todo o mundo, do passado ao presente.

Impressionismo: Edgar Degas (1834-1917) foi o artista mais amplamente reconhecido por transformar e elevar a reputação e os limites da pintura a pastel de uma técnica de esboço numa das técnicas artísticas mais respeitadas e admiradas do mundo.

Status: Atualmente, a técnica de pintura a pastel, goza da mesma estatura da pintura a óleo, aquarela e acrílica, reconhecida como uma das principais técnicas de pintura artística existentes.

Leonardo da Vinci


Nasceu em Anchiano, um vilarejo perto da cidadezinha de Vinci, em 15 de abril de 1452. Filho de um tabelião e de uma camponesa, Catarina, com quem o pai tinha uma ligação um tanto irregular. Leonardo cresceu no campo, onde desenvolveu um grande amor pela natureza. Quando menino pediram-lhe que desenhasse um escudo para um amigo do pai. Dizem que ele fez um bestiário extraordinário, baseado na observação real de lagartos, grilos, cobras, borboletas, gafanhotos e morcegos. Segundo os registros, foi nesta ocasião que ele revelou seu fascínio pelas formas móveis, retorcidas e vivas. Está registrado também que ele gostava de cavalos e os conhecia profundamente. Eles aparecem com tanto destaque nos seus trabalhos da maturidade que isto parece ser bastante provável.
Algum tempo antes de 1469, Leonardo foi com pai morar em Florença e, em 1472, foi aceito como membro da guilda de São Lucas, a guilda dos pintores. Seu mestre foi Andrea Verrocchio, e os registros mostram que ele continuava empregado na oficina de Verrocchio, na vila dell'Agnolo, em 1476.
É difícil avaliar a influência de Verrocchio sobre o jovem Leonardo. As formas curvas e retorcidas usadas pelo mestre certamente encontraram eco no seu aluno. As pinturas de Verrocchio possuem uma certa grandiosidade, mas não despertam realmente a imaginação, enquanto que as esculturas são mais fortes e parecem ter influenciado mais Leonardo.
A Dama com Arminhoc.1483-8
Não existem provas consistentes de quando Leonardo foi para Milão, mas a primeira encomenda lá, documentada, é de 1483. O motivo da sua ida para aquela cidade não está claro; mas ele pode ter se sentido atraído pela estimulante atmosfera da corte dos Sforza, com muitos médicos, cientistas, engenheiros militares e matemáticos. Havia outros motivos para ele deixar Florença: os altos impostos faziam com que alguns mecenas nunca pagassem pelo trabalho que encomendavam; a competição profissional era extremamente dura; e a guerra e a peste eram fortes ameaças físicas.
Leonardo se estabeleceu na corte do Duque Lodovico, onde, além de pintar, seu protetor exigia seus serviços para diferentes tarefas - supervisionar pagens e instalar "aquecimento central", por exemplo. Este tipo de papel deve ter agradado imensamente tanto ao caráter quanto ao intelecto de Leonardo. De fato, numa carta, ele se descreve como engenheiro e, só de passagem, faz uma referência às suas pinturas. Durante este período também pintou retratos, executou uma importante encomenda, A Última ceia, e terminou grande parte do trabalho preliminar para o monumento aos Sforza, que nunca chegou a ser fundido.
Em 2 de outubro de 1498, Leonardo recebeu um propriedade fora da Porta Vercellina de Milão e foi indicado ingenere camerale. Esperava-se uma invasão dos franceses e ele ficou muito ocupado planejando a defesa da cidade, embora dois outros grandes trabalhos datem deste mesmo período. Colaborou também com o matemático Luca Pacioli na Divina Proprotione - os dois homens tinham ficado muito amigos desde a chegada de Pacioli a Milão.
A última ceia - 1497
Os franceses invadiram Milão em 1499 e Lodovico foi preso e enviado para França. Leonardo, junto com Luca Pacioli, deixou Milão depois de 18 anos com os Sforza. Provavelmente foi direto para Mântua, onde fez o retrato de Isabella D'Este. Em 24 de abril de 1500, ele voltou para Florença e encontrou uma cidade diferente da que tinha deixado cerca de 20 anos antes, passando por uma onda de revitalização do interesse religioso e com idéias republicanas na política. Leonardo conquistou quase de imediato o agrado do público, após exibir o seu cartão da Virgem e Sant'Ana planejado para ser um retábulo. Nesta época, Michelangelo tinha já assegurada a sua reputação em Florença. Estes dois gigantes nunca gostaram um do outro e Leonardo não fazia segredo do fato de considerar a escultura inferior à pintura, mas a fama de Michelangelo era um fator de atrito.
MonalisaÓleo - 1508
Novamente, Leonardo trabalhou como engenheiro; drenando pântanos, desenhando mapas e projetando um sistema de canais. Em Urbino, conheceu Nicolò Machiavelli, e este encontro levaria a uma íntima associação e a sua mais importante encomenda. Enquanto isso, produzia magníficos desenhos a pastel vermelho de Cesare Borgia.
Em 1503, entrou nos seus três anos de maior produção como pintor. Seu quadro mais famoso, Monalisa, com seu sorriso enigmático, pode ter sido pintado nesta época. Grande parte dos trabalhos de Leonardo em Florença, feitos no período de 1503 e 1507, se perdeu, inclusive Leda. Achava a mecânica da pintura uma coisa entediante e preferiu concentrar suas habilidades imaginativas no desenho e no planejamento de suas composições.
Como resultado da sua florescente associação com Machiavelli, Leonardo recebeu uma encomenda para pintar um afresco na Sala del Gran Consiglio do Palazzo Vecchio. Começou trabalhar no cartão para o afresco - a Batalha de Anghiari - em outubro de 1503, mas parece que o progresso foi lento. Leonardo terminou seu cartão no final de 1504 e começou a pintar usando uma técnica incomum e possivelmente incáustica. A tinta secou de forma desigual e a pintura não deu certo. O aresco ficou inacabado mas, depois, foi feita uma moldura especial para a parte terminada e há quem a considere a melhor coisa a se ver numa visita a Florença . Posteriormente foi repintada por Vasari.
Cabeça de Guerreiro1475Desenho a ponta de prata
Durante o ano de 1507, Leonardo trabalhou para o Rei da França, embora seu mecenas imediato fosse Charles d'Amboise , lord de Chaumant e governador de Milão. De muitas formas, d'Amboise reinstalou as glórias da corte dos Sforza. Leonardo estava no seu elemento, trabalhando como pintor, engenheiro e conselheiro artístico em geral. D'Amboise morreu em 1511, mas Leonardo permaneceu em Milão até 24 de setembro de 1513. Depois foi para Roma, levado, como tantos, por Giovani de Medici que havia se tornado recentemente Papa Leão X.
Leonardo se instalou no Belvedere do Vaticano, mas a agitação provocada pelos principais artistas do país e suas comitivas, vivendo todos juntos, não lhe agradava. a incontestável posição de Michelangelo em Roma, resultante do seu trabalho na Capela Sistina, também lhe era intragável. Talvez a fascinação obsessiva de Leonardo pelo poder da água e os seus diversos esboços para o Dilúvio reflitam uma turbulência mental e espiritual.
O último quadro pintado por Leonardo que sobreviveu é, quase certamente, São João e deve ter sido feito em 1514-1515. Em março de 1516, Leonardo aceitou o convite de Francisco I para morar na França e ganhou uma propriedade rural perto de Cloux. Em 10 de outubro de 1517, recebeu a visita do Cardeal Luís
Roda d`Água com TaçasDesenho - 1503
de Aragão, cujo secretário escreveu um relatório do encontro. Ele menciona três quadros, dois que podemos identificar como sendo Virgem e o Menino com Sant'Ana e São João, o terceiro é um retrato de uma dama florentina. Ele também afirma que Leonardo estava sofrendo de um tipo de paralisia na mão direita. Leonardo era canhoto, mas esta observação pode ter, na verdade, se referido à sua mão "de trabalho", significando a esquerda. Observando-se os manuscritos, fica óbvio que esta paralisia não impediu Leonardo de usar os dedos, porque sua letra estava clara e firme como sempre. Alguns desenhos, entretanto, mostram uma falta de firmeza e precisão que sugerem que o problema possa ter afetado o movimento do braço.
Em 2 de maio de 1519, Leonardo morreu em Cloux. Deixou os desenhos e manuscritos para o amigo fiel Francesco Melzi, enquanto viveu, Melzi guardou as obras com todo carinho, mas cometeu a insensatez de não incluir no seu testamento nenhuma cláusula que garantisse a continuidade deste cuidado. O filho, Orazio, que não tinha o mínimo interesse por artes ou ciências, deixou que esta inestimável coleção se deteriorasse, se perdesse, fosse roubada ou vandalizada de uma maneira que só se pode descrever como criminosa.

Tarcila do Amaral


Tarsila do Amaral nasceu em 1º de setembro de 1886 na Fazenda São Bernardo, município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha de José Estanislau do Amaral e Lydia Dias de Aguiar do Amaral. Era neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em razão da imensa fortuna que acumulou abrindo fazendas no interior de São Paulo. Seu pai herdou apreciável fortuna e diversas fazendas nas quais Tarsila passou a infância e adolescência.
Estuda em São Paulo no Colégio Sion e completa seus estudos em Barcelona, na Espanha, onde pinta seu primeiro quadro, “Sagrado Coração de Jesus”, aos 16 anos. Casa-se em 1906 com André Teixeira Pinto com quem teve sua única filha, Dulce. Separa-se dele e começa a estudar escultura em 1916 com Zadig e Mantovani em São Paulo. Posteriormente estuda desenho e pintura com Pedro Alexandrino. Em 1920 embarca para a Europa objetivando ingressar na Académie Julian em Paris. Frequenta também o ateliê de Émile Renard. Em 1922 tem uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano regressa ao Brasil e se integra com os intelectuais do grupo modernista. Faz parte do “grupo dos cinco” juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Nessa época começa seu namoro com o escritor Oswald de Andrade. Embora não tenha sido participante da “Semana de 22” integra-se ao Modernismo que surgia no Brasil, visto que na Europa estava fazendo estudos acadêmicos.
Abaporu - 1928 óleo/tela 85 X 73cm
Volta à Europa em 1923 e tem contato com os modernistas que lá se encontravam: intelectuais, pintores, músicos e poetas. Estuda com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas. Mantém estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-suiço que visita o Brasil em 1924. Inicia sua pintura “pau-brasil” dotada de cores e temas acentuadamente brasileiros. Em 1926 expõe em Paris, obtendo grande sucesso. Casa-se no mesmo com Oswald de Andrade. Em 1928 pinta o “Abaporu” para dar de presente de aniversário a Oswald que se empolga com a tela e cria o Movimento Antropofágico. É deste período a fase antropofágica da sua pintura. Em 1929 expõe individualmente pela primeira vez no Brasil. Separa-se de Oswald em 1930.
Em 1933 pinta o quadro “Operários” e dá início à pintura social no Brasil. No ano seguinte participa do I Salão Paulista de Belas Artes. Passa a viver com o escritor Luís Martins por quase vinte anos, de meados dos anos 30 a meados dos anos 50. De 1936 à 1952, trabalha como colunista nos Diários Associados.
São Paulo - 1924óleo/tela 67 x 90cm
Nos anos 50 volta ao tema “pau brasil”. Participa em 1951 da I Bienal de São Paulo. Em 1963 tem sala especial na VII Bienal de São Paulo e no ano seguinte participação especial na XXXII Bienal de Veneza. Faleceu em São Paulo no dia 17 de janeiro de 1973.

Kandinsky


Kandinsky nasce dia 4 de Dezembro de 1866, em Moscovo, no seio de uma família, cujo chefe era negociante de chás. Em 1871, a família muda-se para Odessa. Os pais se divorciam e a tia de Kandinsky se escarrega de sua educação. Logo, de 1876 a 1885, Kandinsky recebe as primeiras aulas de desenho e música e em 1886 começa os estudos de Direito e Economia na Universidade de Moscovo.
Empreende uma expedição a Vologda, em 1889, no âmbito de um programa de pesquisa da "Sociedade de Ciências Naturais, Etnografia e Antropologia". Fica impressionado com a vigorosa arte popular do Norte da Rússia. Em 1892 Termina os estudos universitários com licenciatura em Direito. Casa-se neste mesmo ano com sua prima Anya Chimiakin. Torna-se assistente da Universidade de Moscovo em 1893. Tese de doutoramento "Sobre a Legalidade dos Salários dos Operários".
Em 1895 trabalha como diretor artístico da Editora Kucherev, em Moscovo. No ano seguinte rejeita um convite para ensinar na Universidade de Dorpat para se dedicar ao estudo de pintura. Muda-se para Munique e inicia estudos artísticos na Escola de Azbè.
Composição VI - 1913Óleo sobre telaTam. 195 x 300 cm
Através de Azbè conhece o pintor Alexei Jawlensky e Marianne von Werefkin. Visita a exposição "Sesseção de Munique" e interessa-se pela Arte Nova. Em 1898, Kandinsk se esforça em vão para ser admitido na Academia de Arte de Franz von Stuck; continua a trabalhar independentemente.
No ano de 1900, se torna aluno de Franz von Stuck na Academia de Arte de Munique, tendo como colega Paul Klee. Em Fevereiro, expõe os Seus trabalhos em Moscovo, na exposição da "Associação dos Artistas de Moscovo". Em 1901, juntamente com Rolf Niczky, Waldemar Hecker, Gustav Freytag e Wilhelm Hüsgen, funda em Maio a Associação de Exposições e Artistas "Phalanx", sendo nomeado para o cargo de presidente da associação. No Inverno, é inaugurada a "Escola de Pintura Phalanx", dirigida por Kandinsky. Logo no ano seguinte, conhece a estudante de pintura Gabriele Münter. Acontece a Segunda exposição da "Phalanx". Kandinsky expõe na "Secessão" de Berlim. Terceira exposição da Phalanx, neste mesmo ano, com obras de Lovis Corinth e Wilhelm Trübner. Passa uma parte do Verão com a sua turma de pintura em Kochel.
Composição VIII - 1923Óleo sobre telaTam. 140 x 201 cm
Em 1903, na Sétima "Expoisição Phalanx" expõe quadros de Claude Monet. Após o encerramento da "Escola de Pintura Phalanx", Kandinsky é convidado por Peter Behrens para dirigir uma aula de Pintura decorativa na Escola de Artes e Ofícios de Dusseldórfia, recusando, contudo, o convite. Em 1904, na nona "Exposição Phalanx", dedicada a Alfred Kubin, Kandinsky expõe desenhos e xilogravura. 15 das suas obras são expostasna "Associação de Artistas" de Moscovo. estuda a teoria das Cores. Kandinsky se separa da esposa em setembro; empreende inúmeras viajens com Münter. O seu Album de xilogravuras " Poemas sem Palavras" é publicado em moscovo. Ainda neste ano, Kandinsky tem sua porimeira exposição no "Salão do Outono", em Paris, continuando a participar anualmente até 1910. Em Dezembro é realizada a décima segunda e última exposição de "Phalanx".
Participa na exposição da "Associação dos Artistas" de Moscovo. Torna-se membro da "Federação dos Artistas Alemães" em 1905. Expõe no Salon des Indépendants em Paris.
Em 1906 viaja com Münter para Paris, onde moram até ao final do ano. Expõe em inúmeras exposições, como o "Salão de Outono" em Paris, com artistas da "Brücke" em Dresden e da "Secessão" em Berlim. Apresenta 109 trabalhos no Museé du Peuple de Angers. Vive com Münter de Setembro de 1907 a Abril de 1908, em Berlim. Expõe seus trabalho de Março a Maio no "Salon des Indépendantes" de Paris. De meados de Agosto a finais de Setembro, Kandinsky, Münter, Jawlensky e Werefkin trabalham em Murnau.
Composição X - 1939Óleo sobre telaTam. 130 x 195 cm
Expõe no "Salão de Outono" de Paris e na "Secessão" de Berlim. No Dia 22 de Janeiro de 1909, funda a "Nova Associação dos Artistas de Munique". A primeira exposição realiza-se de 1 a 15 de Dezembro na Moderne Galerie Thannhauser de Munique. Começa a trabalhar na composição para o teatro "A Sonoridade Amarela".
Em Paris, publica a coletânea "Xilogravuras"; expõe no "Salon des Indépendantes". Faz as Primeiras pinturas sobre o vidro, inspuradas na tradição artística da Baviera. Primeiras "Improvizações".
No ano de 1910 faz a "Composição I". De Fevereiro a Março, trabalha novamente em Murnau. Durante a segunda exposição da "Nova Associação dos Artistas" (1 - 14 de Setembro na Neue Galerie Thannhauser) conhece Franz Marc. De 14 de Outubro até ao final do ano vive na Rússia; expõe 52 trabalhos no "Salão Internacional" de Odessa; Participa na exposição organizada por Larionow Valete de Ouros.
No ano de 1911, corresponde-se regularmente com Schönberg. Em 10 de Janeiro é demitido da presidencia da NKVM. Juntamente com Marc e outros, participa na publicação de "Na Luta Pela Arte" como resposta ao panfleto de Carl Vinnen "Protesto dos Artistas Alemães". Faz os primeiros planos para o almanaque "O Cavaleiro Azul".
Kandinsky em Dresden, 1905Fotografia: Gabriele Münter
Na preparação para a terceira exposição da "Nova Associação dos Artistas" e o juri rejeita, dia 2 de Dezembro, a Composição V de Kandinsky. Durante o ano, Kandinsky, Marc e Münter retiram-se. Divorcia-se da esposa e em 18 de Dezembro, inauguração da primeira exposição "O Cavaleiro Azul" na Moderne Galerie Thannhauser. Na Editora Piper é publicada a obra" Do Espiritual na Arte". Faz a segunda exposição de "O Cavaleiro Azul", no ano de 1912, na Galeria Hans Goltz, em Munique (de 12 de Fevereiro a Abril, expõe apenas trabalhos gráficos). Em Maio, é publicado o almanaque "O Cavaleiro Azul".
Kandinsky participa em inúmeras exposições. Em Outubro, ocorre a primeira exposição individual na galeria "Der Sturm" em Berlim e em Novembro, em Roterdão. De meados de Outubro a meados de Dezembro, fica na Rússia; participa em diversas exposições: Valete de Ouros em Moscovo e "Pintura Contemporânea" em Jekaterinodar.
Em 1913, cria a "Composição VI" e "Composição VII". Participa na "Armory Show" em Nova Iorque. Faz estreitos contatos com Herwarth Walden; ensaio "Pintura como Arte Pura" é publicado na revista "Der Sturm" e as suas "Recordações" no álbum "Kandinsky 1901-1903"; participa nas exposições de "Sturm" e "Primero Salão de Outono Alemão". A Editora Piper publica os seus poemas em prosa "Sonoridades".
Moscovo I - 1916Óleo sobre telaTam. 51,5 x 49,5 cm
Durante 1914, expõe individualmente na Moderne Galerie Thannhauser em Munique e no "Circulo das Artes" em Colonia. Trabalha em quatro grandes quadros para a "villa" de Edwin A. Campbell, em Nova Iorque. No dia 1 de Agosto rebenta a 1ª Guerra Mundial; no dia 5 de Agosto foge com Gabriele Münter para a Suiça. Kandinsky escreve a composição para o teatro "Pano Roxo". No dia 25 de Novembro, parte para Zurique, passando pelos Balcãs em direção à Rússia; estabelece-se em Moscovo. De 1915 a 1916, no Inverno, encontra-se pela ultima vez com Münter em Estocolmo. Em 11 de Fevereiro de 1917, casa-se com Nina Andreevsky, filha de um general. Viaja, em Lua-de-mel, à Finlândia. Nasce o filho Vsevdod que falece em 1920. É co-fundador de um novo modelo da cena artística russa, em 1918; torna-se membro do colégio de artistas moscovita dirigido por Tatlin (futuro Departamente de Artes Plásticas do Comissario do Povo IZONARKOMPROS) e defende a posição de uma "arte absoluta".
A partir de Junho de 1919, se torna diretor do Museu da Cultura Pitónica em Moscovo (até Janeira de 1921); em Novembro, é presidente da Comissão Pan-Russa de Aquisições para os Museus do Departamento das Artes Plásticas do Comissáriado do Povo para a Formação Cultural (IZONARKOMPROS). No início de Dezembro, na primeira exposição estatal em Moscovo, quadros de Kandinsky, Kasimir Malevitch e El Lissitzky, são expostos ao lado de outros artistas russos. Em 1920, é co-fundador do INChUK (Instituto de Cultura Artística); a partir de Outono, se torna diretor do atelier SUOMAS (Ateliers Estatais Técnicos-Artísticos). Expõe 54 trabalhos na XIX Exposição do Comité de Exposições Central Pan-Russa em Moscovo. No Outono, agravamento do conflito com Rodchenko. No início de 1921, deixa o INChUK e os ateliers de pintura monumental.
Quadro com Besteiros - 1909Óleo sobre telaTam. 177 x 147 cm
Em 1921 colabora na organização de RAChN, a Academia Russa das Ciências Artísticas, dirige o departamento de psicologia; designado vice-presidente. Dirige aqui o atelier de reproduções. Em Dezembro de 1921 regressa à Alemanha. No ano de 1922, em Junho, Kandinsky muda-se para Weimar e inicia a atividade em Bauhaus. Publica a coletânea fr trabalhos gráficos "Pequenos Mundos" na Bauhaus de Weimar. Faz murais para a Exposição de Arte Sem Júri em Berlim. Os trabalhos de Kandinsky estão patentes na "Primeira Exposição Artística Russa" na galeria van Diemen, em Berlim. No ano de 1923 produz a primeira exposição individual em Nova Iorque, na "Société Anonyme" (K. Dreier e M. Duchamp). Klee, Kandinsky, Jawlensky e Feininger aderem ao grupo "Os Quatro Azuis". O grupo expõe nos EUA neste mesmo ano. Muda-se de Bauhaus para Dessau. É fundada a Sociedade Kandinsky em 1925.
Em Munique, é publicado o segundo trabalho teórico importante de Kandinsky "Ponto e Linha em Relação à Superfície", durante 1926. O primeiro número da revista Bauhaus é dedicado a Kandinsky, por ocasião do seu 60º aniversário, para além de uma retrospectiva da sua obra em várias cidades alemãs e européias.
Kandinsky toma aulas livres de pintura na Bauhaus, em 1927. No Verão, estada com Schönberg e sua esposa no Wörthersee, Áustria. Em Março de 1928, adquire a nacionalidade alemã. Apresenta peça de teatro sobre "Quadros de uma Exposição" de Mussorgsky no Friedrich-Theater em Dessau. Em 1929, tem a primeira exposição individual de aquarelas e desenhos em Paris, na Galeria Zack. Viaja à Paris e à Itália durante 1930. Se corresponde com o grupo de artistas "Cercle et Carré" em Paris e participa na exposição com o mesmo nome.
P. Schulze-Naumburg remove os trabalhos de Kandinsky, Klee e Schlemmer do Museu de Weimar. Muda-se de Bauhaus para berlim, de 1932 a 1933. Em Julho, encerramento definitivo de Bauhaus. Em finais de Dezembro, muda-se para França.
No ano de 1934, contata com o grupo "Abstraction-Création"; expõe na Galerie des Cahiers d'Art. Encontra-se com Constantin Brancusi, Robert e Sonia Delaunay, Fernand Léger, Joan Miró, Piet Mondrian, Antoine Pevsner, Hans Arp e Alberto Magnelli. Participa nas exposições "Abstract and Concrete" (Londres) e "Cubism and Abstract Art" em Nova Iorque. Os quadros de Kandinsky são expostos na exposição "Arte Degenerada" em 1937; 57 das suas obras são apreendidas de museus alemães. De 1938 a 1939, PArticipa na exposição "Abstracte Kunst" no Stedelijk Museum em Amesterdão; escreve o artigo "Abstract or Concrete" para o catálogo. Kandinsky e a esposa adquirem a nacionalidade francesa. Termina a sua ultima e grande Composição X.
Kandinsky expõe pela ultima vez na galeria L'Esquisse, em Paris, no ano de 1944. Em 15 de Dezembro de 1944, morre de arterosclerose, em Neuilly-sur-Seine, aos 78 anos de idade.